Nicolás Solano, Diretor Científico da Clínica La Inmaculada em Bogotá, conta-nos a sua experiência profissional no programa intensivo de reabilitação mental para menores no Hospital de Dia.
Qual é o principal objetivo prosseguido na assistência prestada aos menores no Hospital de Dia da Clínica La Inmaculada das Irmãs Hospitaleiras?
O objetivo principal consiste em proporcionar espaços em que os jovens que têm problemas de saúde mental não resolvidos adquiram ferramentas para lidar com esses problemas. Procuramos reintegrá-los nas suas atividades, num ambiente seguro, com acompanhamento e supervisão; e atuamos nesse sentido com o apoio da família, de modo a atingir o objetivo de os menores poderem retomar as atividades adequadas à sua idade, evitando o abandono escolar.
Como é que a missão das Irmãs Hospitaleiras se reflete na assistência prestada aos menores no Hospital de Dia da Clínica La Inmaculada? Que valores e princípios das Irmãs Hospitaleiras são prioritários nessa assistência?
As Irmãs Hospitaleiras procuram responder às necessidades assistenciais concentrando-se nas que são do âmbito da saúde mental: há uma necessidade de assistência nos programas do Hospital de dia para crianças em idade escolar que ainda não tem resposta. Procuramos oferecer um serviço integral de qualidade baseado no acolhimento, na hospitalidade.
Qual é a abordagem terapêutica adotada no tratamento de menores no Hospital de Dia da Clínica La Inmaculada?
A abordagem consiste em dar uma resposta individualizada às necessidades dos menores em termos de tratamento psicoterapêutico e farmacológico, num ambiente o menos restritivo possível, por uma equipa de profissionais, para ajudar o doente a reintegrar-se com êxito nas suas atividades diárias.
Como é promovida a humanização e a assistência integral do menor no programa do Hospital de Dia, segundo a missão das Irmãs Hospitaleiras?
Fazemo-lo através de uma equipa de profissionais especializados que dialogam com o menor, com a família e com outros profissionais e formadores, propondo uma gestão que responda às necessidades do menor e da sua família, proporcionando um espaço de acolhimento e acompanhamento, segundo os princípios assistenciais dos Centros das Irmãs Hospitaleiras.
Que tipos de perturbações psiquiátricas podem ser tratados no âmbito do programa pediátrico em regime de Hospital de Dia da vossa Clínica?
Assumimos o cuidado de crianças e adolescentes com várias perturbações e problemas de saúde mental, tais como depressão, ansiedade, dificuldades de adaptação ou de aprendizagem.
Como é estruturado um dia típico no programa de Hospital de Dia da Clínica La Inmaculada para crianças e adolescentes? Que atividades são realizadas?
Ao ser admitido, o doente recebe um atendimento individual e é integrado em atividades de grupo em salas de reabilitação de serviço social, terapia ocupacional, psicologia e psiquiatria; são efetuadas reuniões de grupo para planeamento estratégico, acompanhamento e avaliação das diferentes situações, e são organizados encontros com os pais, em função das necessidades e de acordo com o plano terapêutico. São também definidas tarefas para as crianças que são seguidas em ambulatório.
Como é que a formação e o acompanhamento espiritual são incorporados no trabalho diário com os menores no programa do Hospital de Dia, de forma coerente com a missão das Irmãs Hospitaleiras?
Procuramos criar condições para que os menores tenham um espaço em que possam satisfazer as suas necessidades individuais com o acompanhamento espiritual de uma religiosa e através das atividades desenvolvidas pela pastoral da saúde.
Que papel desempenham as famílias no tratamento dos menores no Hospital de Dia? É-lhes reservado algum tipo de apoio ou de participação no processo terapêutico?
A família é fundamental. Os horários são definidos de modo que os pais possam participar nos encontros, acompanhar os seus filhos quando eles entram e saem do Hospital de dia e, para facilitar a comunicação com os formadores, são disponibilizados espaços para as famílias, quer individualmente, quer em grupo.
Qual é a abordagem de acompanhamento e de cuidados depois de as crianças ou os adolescentes receberem alta do programa do Hospital de Dia?
Os menores devem seguir o seu processo de psicoterapia acompanhamento por parte da pedopsiquiatria, a fim de dar continuidade a tudo o que se realizou ao longo do percurso, tanto em casa como na escola, uma vez que se procura uma reintegração completa em todas as suas atividades.
Como é que se trabalha em colaboração com os restantes profissionais de saúde, nomeadamente os psicólogos, os terapeutas ocupacionais e os educadores, no programa do Hospital de Dia para menores?
É um trabalho partilhado em conjunto. Em geral, os doentes têm algum problema que não lhes permite funcionar bem nos seus ambientes. É necessário articular os processos psicoterapêuticos individuais, assim como as consultas, para que todos os profissionais prossigam o mesmo objetivo e todas as intervenções sejam coordenadas, disponibilizando informações destinadas aos pais e aos próprios menores, e através de um diálogo aberto com os formadores.
Como é que se pode promover a qualidade e a melhoria contínua dos cuidados prestados aos menores no Hospital de Dia, coerentemente com a visão das Irmãs Hospitaleiras e o seu compromisso com a excelência nos cuidados de saúde mental, na infância e na adolescência?
Incentivamos a manifestação de opiniões por parte das crianças e dos adolescentes, bem como dos pais, para melhorar a assistência, tanto anonimamente, através de inquéritos, como verbalmente. Colaboramos com a área de Qualidade da Clínica para a melhoria contínua dos nossos processos.