Os Serviços Farmacêuticos das Irmãs Hospitaleiras Braga, Casa de Saúde do Bom Jesus, são um dos principais serviços de suporte da Instituição, na medida em que, diariamente, disponibilizam medicamentos de psiquiatria e de clínica geral, dispositivos médicos de tratamento e bem-estar às pessoas que assiste, para que nada falte na prestação de cuidados de saúde.
Desde 30 de setembro de 1932, data de fundação das Irmãs Hospitaleiras Braga, Casa de Saúde do Bom Jesus, existem diversos registos manuscritos, relativos à aquisição de medicamentos às farmácias locais, por intermédio e gestão da Irmã Hospitaleira responsável pelo Stock de Medicamentos, sob supervisão e orientação médicas. O primeiro antipsicótico surge em Portugal em 1952, sendo utilizado pela primeira vez nas Irmãs Hospitaleiras – Braga, em março de 1955, segundo os registos existentes. Seguiu-se a prescrição de fármacos como o Serenelfi (Haloperidol) em abril de 1961, o Melleril (Tioridazina) em fevereiro de 1962 e o Artane (Tri-hexifenidilo) em novembro de 1962. Desta forma, torna-se evidente, desde o início da sua fundação, uma procura constante da Instituição pela aquisição dos melhores medicamentos, dispositivos médicos de qualidade e tratamentos para a prestação de cuidados de excelência às pessoas assistidas.
Cerca de 40 anos depois, já eram realizadas encomendas diretas aos laboratórios farmacêuticos, acompanhando a evolução, necessidades e exigências dos novos tempos.
Nas Irmãs Hospitaleiras Braga, Casa de Saúde do Bom Jesus realizaram-se diversos estudos clínicos, com vista ao desenvolvimento de novos medicamentos, hoje comummente utilizados em Psiquiatria.
Em 2016 foram constituídos os Serviços Farmacêuticos na Casa de Saúde do Bom Jesus com a admissão de um farmacêutico, que assegura a sua direção técnica localmente. Atualmente, a equipa conta com dois técnicos de farmácia, um técnico auxiliar de farmácia, um administrativo e um fiel de armazém.
Tendo em conta a missão da Instituição, são disponibilizados medicamentos de todos os grupos terapêuticos, com o objetivo de tratar a pessoa assistida como um todo. Apesar da principal área de tratamento ser a Psiquiatria e a Saúde Mental, não são descuradas todas as outras necessidades em saúde para o bem-estar integral da pessoa assistida. O farmacêutico hospitalar, responsável pela aquisição dos medicamentos e produtos farmacêuticos procura garantir a melhor relação/qualidade preço. O armazenamento destes artigos é feito de modo a salvaguardar as condições necessárias de espaço, luz, temperatura, humidade e segurança necessárias, da responsabilidade de colaboradores dedicados e que primam pela organização e estabelecimento de prioridades. A distribuição de medicamentos é a atividade com mais visibilidade e onde, mais vezes, se estabelece o contacto dos Serviços Farmacêuticos com os restantes serviços clínicos da Instituição. Sendo realizada em dose unitária, a distribuição de medicamentos envolve a sua preparação por um técnico de farmácia, que tem como base a prescrição médica, distribuindo-se um número correto de medicamentos (comprimidos, cápsulas, ampolas, injetáveis, entre outros) devidamente identificados/etiquetados para cada uma das tomas diárias, correspondentes a cada pessoa, facilitando a administração e reduzindo erros e desperdícios, em estreita articulação com a equipa de enfermagem das diversas unidades da Instituição.
A melhoria contínua e o aperfeiçoamento são impelidos pela própria equipa que sente intrinsecamente uma exigência acrescida na prestação de um serviço aprimorado e sem falhas, para a promoção da saúde e bem-estar da pessoa assistida. Esta trabalha, em conjunto, na melhoria de procedimentos com vista ao menor erro, no estabelecimento de novos métodos de gestão e organização que permitam minimizar falhas no abastecimento de medicamentos. Esta situação tem-se vindo a agravar, nos últimos tempos, com a presença de cada vez mais medicamentos esgotados. Privilegia-se ainda a aquisição meticulosa, tendo em conta os melhores preços no mercado, para não onerar as pessoas assistidas e famílias com mais custos, dadas as dificuldades económicas dos tempos atuais.
Trata-se de um desafio ainda maior quando falamos de Psiquiatria e Saúde Mental, dada a elevada prevalência de doenças mentais na sociedade atual, as quais estão entre as principais responsáveis pela incapacidade para a atividade produtiva e psicossocial de população portuguesa.
Os Serviços Farmacêuticos mantêm-se atentos à evolução e inovação de novos psicofármacos que promovam o empowerment e a qualidade de vida das pessoas assistidas.