7. A ansiedade é uma doença mental?
Sim. A ansiedade, quando se torna patológica, é classificada como uma perturbação mental.
Não estamos a falar da ansiedade normal ou adaptativa — mas de um quadro clínico caracterizado por sintomas persistentes, desproporcionais e incapacitantes, que interferem com a vida pessoal, académica, profissional ou social.
A ansiedade patológica exige avaliação médica e acompanhamento terapêutico.
8. Qual é a fisiopatologia da ansiedade?
A ansiedade envolve disfunções neurobiológicas complexas, centradas no sistema límbico (amígdala, hipocampo, córtex pré-frontal) e em circuitos de regulação emocional.
Há uma hiperactivação do sistema nervoso autónomo simpático, com libertação excessiva de adrenalina, noradrenalina e cortisol, preparando o organismo para o “perigo”.
Paralelamente, há desequilíbrios em neurotransmissores como:
- GABA (ácido gama-aminobutírico) – inibidor do sistema nervoso central
- Serotonina – reguladora do humor e da ansiedade
- Noradrenalina – associada à resposta ao stress
Estes mecanismos explicam os sintomas físicos, cognitivos e emocionais característicos das perturbações ansiosas.
9. O que significa dizer que a ansiedade é uma perturbação neuroquímica?
Significa que há alterações mensuráveis na química cerebral. Pessoas com perturbações de ansiedade tendem a apresentar:
- Défice funcional de GABA (menor inibição dos circuitos ansiosos)
- Desregulação da serotonina e da noradrenalina, que afecta a estabilidade emocional e a resposta ao stress
Este conhecimento neuroquímico justifica, em parte, o uso de medicamentos que atuam nestes sistemas, como os inibidores da recaptação da serotonina (ISRS).
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10. Qual é a diferença entre ansiedade normal e ansiedade patológica?
A ansiedade normal é uma resposta transitória e adaptativa a uma ameaça real (ex.: falar em público, conduzir pela primeira vez).
Já a ansiedade patológica:
- É excessiva, desproporcional ou sem causa aparente
- Persiste por semanas ou meses
- Interfere no funcionamento diário
- Gera sofrimento clínico significativo
A fronteira está na intensidade, duração e impacto funcional dos sintomas. Quando ultrapassa essa fronteira, deve ser tratada como uma perturbação médica.