Consulta de Depressão

A Depressão é uma doença que vai afetar as suas relações interpessoais, o seu desempenho profissional e a sua qualidade de vida.

Sem o tratamento adequado poderá ter complicações graves.

A decisão de procurar ajuda para a Depressão é um passo fundamental para a sua recuperação.

A consulta psiquiátrica não é um espaço de julgamento nem um processo complexo.

Pelo contrário, é um momento seguro, discreto e estruturado, onde irá usufruir de um excelente acolhimento com profissionalismo e empatia.

O que poderá esperar na primeira consulta?

A primeira consulta da Depressão tem um propósito claro:

compreender a sua história clínica e identificar os sintomas que estão a afetar o seu bem-estar.

A consulta será conduzida num ambiente de escuta ativa, sem pressa.

Serão explorados aspetos como:

• Sintomas atuais – quando começaram, com que intensidade ocorrem e como impactam o seu quotidiano.
• História médica e psiquiátrica – doenças prévias, historial de depressão na família e tratamentos anteriores.
• Contexto psicossocial – relações interpessoais, ambiente de trabalho, fatores de stress e acontecimentos de vida relevantes.

Nesta fase, não existe qualquer compromisso terapêutico imediato.

O principal objetivo é fazer uma avaliação psicológica e esclarecer os próximos passos.

A avaliação detalhada permitirá diferenciar a depressão de outras condições psicológicas para definir o plano de tratamento mais eficaz.

Exames complementares: quando são necessários?

Nem sempre são necessários exames adicionais, contudo, em alguns casos, podem ser relevantes para excluir causas médicas da depressão, como alterações hormonais ou défices nutricionais.

Entre os exames mais comuns incluem-se:

• Análises laboratoriais: doseamento de hormonas da tiróide, vitamina B12, ferro e outros marcadores metabólicos.
• Imagiologia (RMN ou TAC cerebral): recomendada apenas em casos específicos, em pessoas com sintomas atípicos ou suspeita de doença neurológica.

Estes exames são simples e realizados apenas quando há indicação clínica, garantindo que o diagnóstico é o mais preciso possível.

Definição do plano terapêutico: simples e eficaz

Após a avaliação inicial, o profissional de saúde irá propor-lhe um plano terapêutico adaptado à sua situação. Este plano poderá incluir:

1. Psicoterapia: são sessões regulares para ajudar a reestruturar os pensamentos e as emoções.
2. Medicação antidepressiva: é uma terapêutica farmacológica ajustada ao perfil de cada doente, e apenas se necessária.
3. Intervenções complementares: são recomendações sobre o estilo de vida, a alimentação e técnicas de relaxamento.

O plano é sempre individualizado e bastante flexível, ajustado conforme a evolução clínica de cada pessoa. 

O objetivo não é apenas tratar os sintomas, mas devolver autonomia e qualidade de vida.

Se sente que a Depressão está a afetar a sua vida, não adie o pedido de ajuda. Marque uma consulta e inicie o seu processo de recuperação com a orientação de especialistas.

Marcação de Consulta para a Depressão

A marcação de consulta para avaliação da depressão é simples, rápida e acessível a todos os cidadãos.

O processo foi concebido para remover qualquer barreira ao tratamento, e permite que qualquer pessoa possa ser atendida sem burocracias ou longas esperas.

Poderá marcar a sua consulta através de:

• Telefone – Contacte diretamente a unidade mais próxima de si.
• E-mail – Clique para enviar um pedido de marcação com os seus dados.
• Presencialmente – Desloque-se diretamente a qualquer unidade para efetuar o agendamento.

Com um passo simples iniciará o caminho para a recuperação.

Como vimos anteriormente, a depressão é uma perturbação do humor grave e incapacitante.

A Depressão não é um sentimento passageiro, mas sim uma condição médica séria que requer acompanhamento especializado.

Se não for tratada, a sua Depressão poderá tornar-se crónica e irá interferir com a sua qualidade de vida,  aumentando o risco de complicações como o isolamento social, dificuldades laborais e ideação suicida.

Diferença entre tristeza e Depressão Patológica

A tristeza é uma reação normal a acontecimentos de vida negativos, como uma perda ou desilusão.

Este estado de humor é temporário e não impede a pessoa de continuar com as suas atividades habituais.

Já a Depressão, pelo contrário, vai muito além da tristeza passageira. É uma sensação profunda e persistente de vazio, desesperança e fadiga extrema, que se prolonga por semanas ou meses, sem alívio.

O sofrimento é intenso e pode comprometer o funcionamento pessoal, social e profissional.

Um dos critérios clínicos essenciais para o diagnóstico é a duração dos sintomas – se persistirem por mais de duas semanas e afetarem a vida diária, é imprescindível procurar ajuda médica.

Nem todas as depressões são iguais.

Existem diferentes subtipos, cada um com características e graus de gravidade específicos.

1. Perturbação Depressiva Major

É a forma mais comum e grave de depressão. Caracteriza-se por episódios depressivos intensos, com:

• Tristeza persistente, 
• Perda de interesse e prazer nas atividades habituais, 
• Alterações do apetite e do sono, 
• Fadiga, 
• Dificuldades de atenção e concentração
• Em casos graves, ideação suicida.

2. Perturbação Depressiva Persistente (Distimia)

A Distimia é uma forma crónica de Depressão, com sintomas menos intensos, mas prolongados, por dois ou mais anos. 

Os doentes podem manter um funcionamento relativamente estável, mas sentem um estado de desânimo contínuo, com baixa autoestima e pessimismo.

3. Depressão com Características Psicóticas

Este tipo de Depressão caracteriza-se pela presença de delírios e/ou alucinações em associação com os sintomas depressivos. 

Os delírios podem ser de culpa extrema, ruína ou perseguição. 

A Depressão psicótica exige tratamento médico urgente, incluindo terapêutica farmacológica.

4. Depressão Bipolar

A Depressão Bipolar faz parte do espectro das perturbações bipolares e alterna episódios depressivos com episódios de euforia (mania ou hipomania). 

As pessoas podem passar de um estado de profunda apatia para períodos de energia excessiva, impulsividade e comportamento descontrolado. 

O tratamento da Depressão bipolar requer uso de estabilizadores de humor.

5. Depressão Pós-Parto

Este tipo de Depressão ocorre nos dias ou semanas após o parto, afeta a ligação da mãe ao bebé e compromete o bem-estar familiar. 

A mãe sente uma tristeza intensa, exaustão, ansiedade e, em casos mais graves, pensamentos intrusivos sobre prejudicar o bebé ou a si própria.

6. Depressão Sazonal

Este subtipo de Depressão está relacionado com a diminuição da exposição à luz solar, e por isso surge sobretudo nos meses de outono e inverno. 

Os sintomas incluem:

• Fadiga extrema, 
• Aumento do apetite, 
• Sono excessivo
• Desmotivação. 

A fototerapia pode ser um tratamento eficaz a considerar.

A importância do diagnóstico precoce

Independentemente do tipo, a sua Depressão não desaparecerá sozinha e poderá agravar-se se não for tratada. 

A intervenção médica atempada permitirá aliviar os seus sintomas, devolver a sua funcionalidade, prevenir recaídas e melhorar a qualidade de vida.

Se sente que a Depressão está a afetar a sua vida, não adie o pedido de ajuda. Marque uma consulta e inicie o seu percurso de recuperação com a orientação de especialistas.

A depressão manifesta-se de diversas formas, e pode afetar o funcionamento emocional, cognitivo e físico da pessoa.

Listagem detalhada dos Sintomas Emocionais, Cognitivos e Físicos da Depressão

Sintomas Emocionais da Depressão

• Humor deprimido persistente
• Sentimentos de culpa excessiva ou inutilidade
• Perda de interesse e prazer em atividades antes apreciadas
• Irritabilidade e frustração, mesmo sem motivo aparente
• Sensação de desesperança e vazio

Sintomas Cognitivos da Depressão

• Dificuldade de concentração e tomada de decisões
• Pensamentos repetitivos e pessimistas sobre o futuro
• Lentificação do pensamento
• Ruminações sobre erros do passado
• Ideação suicida (nos casos mais graves)

Sintomas Físicos

• Alterações no apetite e peso (perda ou ganho significativo)
• Insónia ou hipersónia (sono excessivo)
• Fadiga persistente e falta de energia
• Dores inexplicáveis (cefaleias, dores musculares, desconforto digestivo)
• Redução da libido e outras disfunções sexuais

Estes sintomas podem variar de intensidade consoante o tipo e a gravidade do quadro de Depressão.

Por outro lado, algumas pessoas apresentam apenas manifestações emocionais, enquanto outras experienciam um quadro clínico predominantemente físico.

Muitas vezes, o próprio doente não reconhece a gravidade da sua situação, pelo que o envolvimento da família e amigos pode ser determinante.

É muito comum que as pessoas que sofrem de depressão tendam a minimizar os seus sintomas, acreditando que se trata apenas de uma fase passageira ou de um problema que conseguem resolver sozinhas. 

No entanto, a depressão é uma doença séria e, sem tratamento, pode agravar-se e prolongar-se no tempo.

A melhor altura para procurar ajuda é assim que os primeiros sinais e sintomas de depressão persistentes são identificados. 

Quanto mais precoce for a intervenção, maior a probabilidade de recuperação sem complicações.

6 Indicadores de Alerta para Consulta da Depressão

• O desânimo e a falta de energia tornam difícil a realização de tarefas básicas e habituais
• Há um afastamento das relações interpessoais e isolamento social
• O sono e o apetite estão desregulados sem explicação evidente
• A pessoa sente que “já não é a mesma” e perdeu a motivação para viver
• Aparecem pensamentos negativos recorrentes, incluindo ideias de autoagressão 
• Os sintomas duram há mais de duas semanas e afetam o dia a dia

Se considerar que vários destes sintomas estão presentes, chegou a altura de marcar uma consulta com um médico psiquiatra para uma avaliação especializada.

Autoavaliação e Sinais de Agravamento

Se suspeita que pode estar a desenvolver Depressão, poderá fazer uma autoavaliação simples.

Reflita sobre estas perguntas:

• Sinto-me triste ou sem esperança quase todos os dias?
• Deixei de sentir prazer ou motivação para atividades que antes apreciava?
• Estou constantemente cansado(a), mesmo sem esforço físico?
• Tenho dificuldades em dormir ou durmo em excesso?
• Sinto-me culpado(a) ou sem valor sem razão aparente?
• Tenho dificuldade em concentrar-me ou tomar decisões?
• Já pensei que a minha vida não faz sentido?

Se respondeu “sim” a várias destas questões, não ignore estes sinais.

A depressão pode agravar-se sem tratamento adequado.

O tratamento da depressão é sempre personalizado, varia conforme a gravidade dos sintomas e as necessidades da pessoa.

Não existe um tratamento único para todos os casos.

As estratégias terapêuticas podem incluir psicoterapia, farmacoterapia e estratégias complementares, sendo por isso essencial que haja um acompanhamento clínico para definir as melhores soluções.

Por outro lado, a evolução da Depressão pode requerer ajustes na abordagem terapêutica, reforçando a importância do seguimento médico regular.

Psicoterapia: A Base do Tratamento

A Psicoterapia é um dos métodos mais eficazes no tratamento da depressão, ao promover a mudança de padrões do pensamento e do comportamento.

Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)

• Ajuda a identificar e a reestruturar os pensamentos negativos.
• Melhora a regulação emocional e o controlo da ansiedade.

Terapia Interpessoal

• Foca-se nas relações sociais e no impacto da comunicação na depressão.
• Trabalha a resolução de conflitos e o reforço da autoestima.

Outras abordagens psicoterapêuticas 

• Terapia psicodinâmica,
• Aceitação e Compromisso (ACT) e
• Ativação comportamental

Farmacoterapia: Quando é Necessária?

Em alguns casos, o médico pode considerar o uso de antidepressivos, especialmente quando os sintomas são moderados a graves. 

A decisão de prescrever medicação é sempre feita após uma avaliação clínica criteriosa e acompanhada de um seguimento médico rigoroso.

Os antidepressivos atuam na regulação dos neurotransmissores. Por norma demoram algumas semanas até produzirem o efeito pretendido nos sintomas depressivos.

Como qualquer tratamento, os antidepressivos devem ser administrados com supervisão médica, para evitar a automedicação e garantir uma adaptação segura.

Intervenções Complementares: Estratégias de Apoio

O estilo de vida e os hábitos diários também podem influenciar a recuperação da depressão, e por isso são considerados parte do tratamento.

Técnicas de Relaxamento e Mindfulness

• Promovem o equilíbrio emocional.
• Reduzem o stress e melhoram a consciência emocional.

Exercício Físico e Hábitos Saudáveis

• Melhoram naturalmente o humor.
• São essenciais para o bem-estar físico e mental.

Estas abordagens não substituem o tratamento clínico, mas ajudam a potenciar a recuperação e a prevenir recaídas.